Os próximos passos dos golpistas são relativamente fáceis de
serem traçados.
A estratégia agora será tentar a renúncia forçada da presidenta a partir da comparação massiva que a grande imprensa fará entre o seu processo de impeachment e aquele de Fernando Collor. Aqui, temos que nos atentar para três fatos relevantes: (i) Collor não sofreu impeachment, mas renunciou frente à iminente condenação. Além disso, não tinha apoio popular e via toda a classe estudantil contra si. (ii) A consistência do processo contra Collor era expressiva. Existiam provas contundentes de uso de corrupção passiva para enriquecimento pessoal. (iii) O processo contra Collor tinha requisitos legitimadores e foi conduzido de maneira legítima (o presidente da câmara não era um réu no STF, por exemplo).
Posteriormente, a principal manobra será desmontar as figuras
histórica, política e feminina de Dilma.
Em relação ao primeiro, exaltarão os roubos de banco e
assassinatos dos quais Dilma possivelmente foi cúmplice. Sim, foi cúmplice para
que hoje a democracia pudesse existir
e eu possa estar aqui escrevendo e divulgando esse texto (e você possa estar aí
do outro lado lendo e discordando o quanto quiser). Contra terrorismo de estado,
a solução sempre foi guerrilha.
Sobre a figura política, os mesmos (já velhos) ataques ao
governo petista serão bradados, como se isso tivesse qualquer relação com o
processo de impeachment. Sim, também quero muitas mudanças no governo federal,
mas em 2018 e nas urnas.
Em relação à sua feminilidade, o panfleto político semanal
dos economicamente privilegiados e intelectualmente defasados já nos deu pistas
do que está por vir: o contraste entre a figura de Marcela Temer e Dilma. Se
bela, recatada e ‘do lar’ são elogios, as palavras me faltam para me referir a
alguém que, após ter sido brutalmente torturada a mando de um animal que
enfiava outros animais nas vaginas de suas prisioneiras, ascendeu à presidência
do Brasil por duas vezes. Ou para me referir a Amelinha Teles, que foi
torturada pelo mesmo animal na frente de seus filhos de quatro e cinco anos,
Edson e Janaína, e hoje integra a Comissão da Verdade de São Paulo.
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Agora, a única saída é as ruas. Primeiro de maio presenciará
um grande episódio na história de nossa jovem democracia.
Se ainda tem dúvidas quanto a se juntar à defesa do estado
democrático, faço um convite: leia o projeto de governo do PMDB, Uma Ponte Para
o Futuro.
E não tenhamos vaidade intelectual. Mudar de opinião a
qualquer altura não é sinal de incoerência e sim de caráter.
Sabe aquelas fotos nas quais você via jovens
lutando contra o golpe de 64 e sentia orgulho por ter alguns deles em sua
família? Sabe aquela vontade de fazer história? É chegada a hora.
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Caso queira acompanhar as próximas movimentações em favor da
democracia, sugiro as duas frentes populares: POVO SEM MEDO e FRENTE BRASIL
POPULAR.
https://www.facebook.com/povosemmedonacional/
https://www.facebook.com/FrenteBrasilPopular/
Procure também as frentes e movimentações de sua empresa,
escola, universidade ou instituição.
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