segunda-feira, 25 de abril de 2016

UM CONVITE À LEITURA

Os próximos passos dos golpistas são relativamente fáceis de serem traçados.

A estratégia agora será tentar a renúncia forçada da presidenta a partir da comparação massiva que a grande imprensa fará entre o seu processo de impeachment e aquele de Fernando Collor. Aqui, temos que nos atentar para três fatos relevantes: (i) Collor não sofreu impeachment, mas renunciou frente à iminente condenação. Além disso, não tinha apoio popular e via toda a classe estudantil contra si. (ii) A consistência do processo contra Collor era expressiva. Existiam provas contundentes de uso de corrupção passiva para enriquecimento pessoal. (iii) O processo contra Collor tinha requisitos legitimadores e foi conduzido de maneira legítima (o presidente da câmara não era um réu no STF, por exemplo).

Posteriormente, a principal manobra será desmontar as figuras histórica, política e feminina de Dilma.

Em relação ao primeiro, exaltarão os roubos de banco e assassinatos dos quais Dilma possivelmente foi cúmplice. Sim, foi cúmplice para que hoje a democracia pudesse existir e eu possa estar aqui escrevendo e divulgando esse texto (e você possa estar aí do outro lado lendo e discordando o quanto quiser). Contra terrorismo de estado, a solução sempre foi guerrilha.

Sobre a figura política, os mesmos (já velhos) ataques ao governo petista serão bradados, como se isso tivesse qualquer relação com o processo de impeachment. Sim, também quero muitas mudanças no governo federal, mas em 2018 e nas urnas.

Em relação à sua feminilidade, o panfleto político semanal dos economicamente privilegiados e intelectualmente defasados já nos deu pistas do que está por vir: o contraste entre a figura de Marcela Temer e Dilma. Se bela, recatada e ‘do lar’ são elogios, as palavras me faltam para me referir a alguém que, após ter sido brutalmente torturada a mando de um animal que enfiava outros animais nas vaginas de suas prisioneiras, ascendeu à presidência do Brasil por duas vezes. Ou para me referir a Amelinha Teles, que foi torturada pelo mesmo animal na frente de seus filhos de quatro e cinco anos, Edson e Janaína, e hoje integra a Comissão da Verdade de São Paulo.

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Agora, a única saída é as ruas. Primeiro de maio presenciará um grande episódio na história de nossa jovem democracia.

Se ainda tem dúvidas quanto a se juntar à defesa do estado democrático, faço um convite: leia o projeto de governo do PMDB, Uma Ponte Para o Futuro.


E não tenhamos vaidade intelectual. Mudar de opinião a qualquer altura não é sinal de incoerência e sim de caráter.

Sabe aquelas fotos nas quais você via jovens lutando contra o golpe de 64 e sentia orgulho por ter alguns deles em sua família? Sabe aquela vontade de fazer história? É chegada a hora.

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Caso queira acompanhar as próximas movimentações em favor da democracia, sugiro as duas frentes populares: POVO SEM MEDO e FRENTE BRASIL POPULAR.

https://www.facebook.com/povosemmedonacional/
https://www.facebook.com/FrenteBrasilPopular/


Procure também as frentes e movimentações de sua empresa, escola, universidade ou instituição.

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